O Município

História

Em 1617, frei Cristóvão de São José, religioso dos Padres Capuchos da Província de Santo Antônio, subiu o Rio Tocantins, desembarcando na margem esquerda. Foi o início da evangelização dos índios camutás. Aos poucos nativos passaram a habitar junto à ermida que havia construído.

No ano de 1632, o capitão-mor Feliciano Coelho de Carvalho, organizou uma expedição para combater os estrangeiros que invadiam a região. Em 1635, Feliciano, foi nomeado como o primeiro Capitão-mor da Capitania de Camutá. Também naquele ano, o povoado foi elevado à categoria de vila com o nome de “Vila Viçosa de Santa Cruz de Camutá”, tendo São João Batista, como santo padroeiro.

Em 26 de outubro de 1637, foi publicada uma Carta Régia que demarcou a Capitania.

Os judeus sefarditas desempenharam um papel importante para o desenvolvimento da cidade, quando chegaram as primeiras famílias portuguesas Albuquerque, Coelho e Carvalho na região. Essas famílias descendiam de judeus portugueses que foram expulso de sua terras em 1496, a expulsão de todos os hebreus que não se sujeitassem ao batismo católico. Assim, numerosos judeus foram expulsos de Portugal nos finais do século XV e inícios do século XVI.

De Cametá, saíram várias expedições exploratórias, como a de Pedro Teixeira, em 1673, com o padre Antônio Vieira. No começo do século XVIII, verificou-se a mudança da vila do local onde havia sido erguida inicialmente para onde hoje está a cidade, lugar chamado pelos índios de “Murajuba” por causa do fenômeno natural da erosão de sua ribanceira (margem).

Em 21 de outubro de 1848, Cametá obteve o status de cidade.

Em 1823, ocorriam, no Pará, lutas entre nacionalistas e conservadores, pois os portugueses continuavam a assumir os cargos de maior expressão no Governo da Província mesmo depois da Independência do Brasil, ocorrida um ano antes. Vários motins se sucederam, ora dirigidos por uma corrente, ora por outra. Nesse mesmo ano, ocorreu um fato que veio a acirrar mais ainda o ódio dos nativos contra os estrangeiros. O fato teve, como principal agente, o oficial inglês John Pascoe Grenfell e constituiu em mortes ocorridas no brigue Palhaço, o que elevou ao auge o descontentamento dos nacionalistas. Nasceu assim a Cabanagem, explosão cívica de maior repercussão revolucionária na história da Amazônia e do Brasil Regência.

A cidade de Cametá teve papel destacado durante todo o movimento. Foi de Cametá que Ângelo Corrêa saiu para Belém, atendendo ao chamado do Governo Cabano chefiado por Antônio Vinagre, para assumir a presidência da província. Após uma série de desentendimentos, no entanto, não pôde assumir o governo, e retornou a Cametá, onde, deliberadamente, tomou posse do cargo perante a Câmara Municipal. Assim, por um breve período, Cametá foi a sede do Governo da Província.

“Cólera-morbo”, quadro de Constantino Pedro Chaves da Motta pertencente ao acervo do Museu Histórico de Cametá O município passou pelos ciclos econômicos típicos da Amazônia. Favoreceu-se bastante nos ciclos da borracha e do cacau. O último, com bastante importância local, foi o da pimenta-do-reino, embora oficialmente não seja caracterizado propriamente como um ciclo. Esses ciclos geraram algumas melhorias nas condições de vida da população.

Apesar de a cidade de Cametá ter sido declarada Patrimônio Histórico Nacional, poucos são os benefícios advindos disso que possam fomentar a atividade econômica do turismo. Não é visível a preservação dos prédios públicos e, particularmente, dos de real valor histórico no município. A Câmara Municipal está praticamente em ruínas. Alguns documentos históricos estão no Museu de Cametá, embora sem catalogação.

Parte do casario antigo da Primeira Rua foi demolido ou assolado pela erosão do rio, que já desgastou muito a orla da cidade. Ainda há a destacar os prédios antigos, como as igrejas de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da Aldeia, da Matriz, o Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas e a Prefeitura. Esses prédios integram um roteiro turístico chamado de Museu Contextual, organizado pela Secretaria de Cultura.

Em Cametá nasceu ainda, em 1787, D. Romualdo de Seixas. O 16º Arcebispo da Bahia, Primaz do Brasil, conde e marquês de Santa Cruz, que Coroou Dom Pedro II e casou a Princesa Isabel.

Por meio da utilização da energia elétrica, proveniente da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que represou o Rio Tocantins, busca-se atrair capital para geração de renda e produção na cidade e nas vilas que também foram beneficiadas. Um exemplo desse movimento é a Fazenda Dulluca, que, através da fruticultura, gera de trabalho e renda para a comunidade Livramento.

O Carnaval de Cametá é um evento que importante para a cidade, conhecido como o melhor de todo o Pará. A cidade chega a dobrar o número de habitantes durante o evento.

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